TRAUMA

A definição da palavra trauma tem origem do grego, que nos trás o entendimento de uma lesão causada por um agente externo. Desta forma a psicanálise entende como uma abundância de pulsões, sobrecarregando a capacidade psíquica de elaboração impedindo de haver uma capacidade de representação.

O trauma está situado no campo do limite da capacidade do aparelho psíquico, deslocando o sujeito da cadeia de simbolização.

“O trauma aparece pela impossibilidade de representação, como um estado limite do psíquico, não elaborado e desorganizado, que pode ser ‘qualificado’ de não representável” (Knobloch, 1998)

Após um trauma vivido, a memória sofre rearranjos para que traço do passado sobrevivido, distorcendo o vivido atual do sujeito.

O recordado não coincide com os acontecimentos em si, pois já foram processados e transformados psiquicamente, no qual é ressignificada de tempos em tempos no contexto das experiências atuais.

O chamado estado limite trás a particularidade de que o passado continua presente. A memória traumática se faz presente por manifestações corporais da ordem da repetição e da ação desagregadora da pulsão de morte no interior do eu.

“Vivências traumáticas subsistem como impressões sensíveis; são marcas deixadas pelo evento traumático que instalam um presente contínuo, sem abertura para a evocação de passado” (Reis, 2004)

Segundo Freud, o traumático virá como um flashback pós traumático hiper-real, sem a possibilidade de esquecimento, pois a tela protetora da fantasia que tinha a função de encobrir e revestir o horror foi rompida quando o sistema para-excitação também rompeu.

É importante que aquele que vivenciou uma situação traumática relate ao outro sua história, endereçando assim, um testemunho à escuta de alguém que possa, com essa atitude, vir a promover a abertura de uma possibilidade de representação do inominável.