AMOR PLATONICO E SEUS DESDOBRAMENTOS
 

Por Rosângela Roseli Riquena

  A internet surgiu na década de 60 para fins militares, mas em 1995 mais de 400 milhões de pessoas se comunicavam pelo mundo todo.

Surgiram os chats, os blogs, a webcam e os sites de relacionamentos, fazendo as pessoas se tornarem invisíveis aos olhos, mas se sentindo mais “seguras” para uma intimidade  ampla, dando vazão as fantasias sem culpa.

A internet propicia relacionamentos amorosos sem necessidade de um contato físico, assim obtém breves momentos de felicidade que amenizam a solidão.

A pessoa interage com frequência, sem fazer parte de um grupo social, conversando, dando opinião, mas se faz esquecer como a velocidade da luz. O desconhecido assusta e ameaça, assim sendo, a internet se torna um muro de proteção.

Bauman (2007) desenvolveu o conceito de sociedade liquida moderna:

 

Liquido-moderno é uma sociedade em que as condições sob as quais agem seus membros mudam num tempo mais curto do que aquele necessário para a consolidação, em hábitos e rotinas, das formas de agir.( BRAUMAN, 2007)

 

Seguindo este raciocínio, as relações amorosas são vividas em condições de incerteza constante, tornando-a frágil, frívola, incapaz de solidificar-se, pois as mensagens constantes tem um nível de importância além do imaginado para um relacionamento presencial.

A flexibilidade de se relacionar com uma pessoa virtualmente e com um simples clique, estar com outra, faz com que o internauta se sinta livre e comprometido ao mesmo tempo, pois este tipo de relacionamento evidencia o corpo físico sempre intacto de qualquer toque, podendo ser chamado de relacionamento acorporal.

Os compromissos bem como uma vida sexual, são evitados a todo custo, pois no mundo virtual há a possibilidade de uma vazão as fantasias sem riscos de DST.

O comportamento social pós-moderno causou abalos nas relações sociais, não sendo por acaso que a depressão seja a patologia do século. A sociedade moderna tem na liberdade, na autonomia e na valorização narcísica individual seus pilares de novos modos de alienação orientados para o gozo e para o consumo e em razão desse processo a pessoa acredita ser livre , tendo dificuldades em reconhecer sua história , os seus vínculos com semelhantes para sustentar sua posição subjetiva.


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